Interessante análise de Jared M. Spool que postei ontem sobre a evolução de UX dentro das empresas nos últimos anos e como chegamos a um ponto onde a experiência do usuário já é o fator determinante dos projetos mais caros e arrojados das empresas que estão antenadas no futuro.
Jared M. Spool usa como exemplo as novas pulseiras interativas criadas pela Disney para os visitantes do parque. Quando ativadas, os visitantes podem usar a Magic Band para acessar o parque, entrar em filas com prioridade, pagar por suas compras dentro das dependências do parque e até abrir a porta do quarto do hotel.
Cada membro da família recebe uma pulseira com GPS e radiotransmissores que os ajudam a se localizar (e localizar um ao outro) dentro dos parques. No final, eles têm a opção de comprar um álbum de fotos tiradas automaticamente por câmeras espalhadas pelos brinquedos – já que o parque “sabe” onde está cada membro da família.
“E imagine a cara de alegria de uma criança de 6 anos de idade que acabou de encontrar com seu personagem da Disney favorito, que o chamou pelo nome e ainda desejou feliz aniversário para ela”, complementa.
Um produto completamente voltado para enriquecer a experiência do “usuário” dos parques.
Mas houve um longo caminho para que empresas conseguissem evoluir sua mentalidade sobre UX e chegar até onde a Disney chegou.
Nível 1: A Idade das Trevas de UX
Nesse momento dentro da empresa, quase não se fala em User Experience. Eles constróem layouts e entregam experiências frustrantes, mas não tem noção alguma de como melhorar aquilo. Comumente, as prioridades da organização são focadas em entregar funcionalidades, não importando o quão confuso seja o design.
Nível 2: Projetos de UX Pontuais
Alguém dentro da empresa agora está sentindo as dores de não pensar em UX – e resolve tocar alguns projetos de UX que não necessariamente se relacionam um com o outro. Alguns projetos são bem sucedidos e começam a chamar a atenção dos executivos da empresa, normalmente porque o produto era tão ruim antes das melhorias de UX que qualquer mudança torna-se notável. No entanto, a “febre” de UX raramente se espalha além daquele time que tocou o projeto inicialmente.
Nível 3: Investimentos Sérios em UX
Gestores mais sênior descobrem erros no produto e pensam que algo precisa ser feito a respeito. A empresa então começa a procurar ajuda de consultores externos (seja agências ou freelancers), e às vezes até contratam alguém em tempo integral. Com o passar do tempo, mais projetos com foco em UX são escopados. Se eles têm sucesso, mais investimento segue. UX começa a mover de algo que era feito somente no fim do projeto, para atividades que ajudam a definir o destino do projeto desde o início.
Nível 4: UX Designers Infiltrados nos Times
Gestores começam a perceber que UX traz bom retorno sobre investimento, e também entende que integrar os times de UX dentro dos outros times pode ser mais eficaz – trazendo resultados mais rápidos com menor custo. Os times internos começam a contratar profissionais de UX que se comunicam entre si enquanto trabalham muito próximos aos outros times. Quando UX está dentro dos vários times da empresa, ela passa a ser uma preocupação contínua para os produtos e serviços que a empresa oferece, ao invés de ser algo pontual aplicado apenas em alguns deles. Roadmaps e princípios de design começam a aparecer dentro da empresa.
Nível 5: UX Integrada aos Serviços
É aqui que mora a Magic Band da Disney. User Experience não é mais algo entregue em um site ou um aplicativo. É parte da organização. Times de produtos e serviços digitais e não-digitais passam a trabalhar de forma integrada para entregar uma experiência simples e mágica para os consumidores, usuários e empregados. Nessa fase já é impossível separar o investimento em UX do restante que a organização entrega.
Source: Blog de AI